Governo de coalizão é aquele em que o governo é composto por partidos que não fazem oposição ao partido do Chefe de Governo. Ou seja, para que um Governo tenha maioria consistente no legislativo, é preciso compor uma coalizão (aliança) com homogeneidade ideológica e uma agenda de convergência. O Governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), por exemplo, tinha condições propícias à formação e operação de uma maioria governamental consistente, pois apresentava essas condições descritas.
FHC tinha esses ingredientes que nos oito anos de governo privatizou tudo no Brasil, mas o governo Lula, aparentemente, não tem nenhuma destas afinidades ideológicas, muito menos uma agenda política que lhe obrigue a formar uma coalizão com partidos e políticos afetos ao clientelismo, ao beneficio próprio como o PMDB, PP, PTB e outros de menor expressão com o mesmo apetite.
Lula na sua primeira eleição, em 2002, obteve 53 milhões de votos sob o álibi da “Carta aos Brasileiros” documento que flexibilizava as propostas radicais que deram origem ao PT e o elevaram a condição de maior liderança operaria do século XX.
Nas ultimas eleições a estratégia utilizada pela direção nacional fez com que Lula não se reelegesse no 1º turno, exigindo que essa prática do “Lulinha paz e amor” agregada com praticas antiéticas praticadas por integrantes das forças até então majoritárias no partido e do governo obrigou que o então candidato Lula recuperasse o discurso original do PT.
Com o discurso popular e de esquerda Lula, carismático, empolga novamente o povo elegendo-se pela 2ª vez Presidente da Republica. Mas, 2007 nem tinha gozado o carnaval e o Presidente já “trabalhava” para formar o seu “governo de coalizão” tendo como principal parceiro o PMDB e mais uma vez Lula, não houve os seus verdadeiros companheiros convidando para o seu ministério indivíduos ligados ao latifúndio, envolvidos com ilicitudes (roubo).
O governo de coalizão permanece recheado de “más companhias” como dissera o ex-governador Olívio Dutra e retira do PT o papel que por direito teria, de ser o principal partido desse governo. O PT tem no seu III Congresso Nacional, de agosto próximo, o momento de reverter este quadro aterrador de distanciamento do governo do partido e das propostas que fizeram com que esse partido seja o maior partido da esquerda da América Latina, quem sabe do mundo.
É preciso construir políticas de longo prazo. Para isto, o Congresso deve ser um momento de diálogo do PT consigo mesmo, com sua experiência e tradição, erros e acertos, com sua base social e eleitoral, com seus aliados, com a militância política e social de esquerda, no Brasil e no mundo.
Recuperar a capacidade de elaboração teórica, pois nos anos 1990 o mundo, o Brasil e a esquerda sofreram enormes transformações, que ainda não foram adequadamente interpretadas. Este é o caso do debate acerca do capitalismo, do socialismo, do internacionalismo e da “teoria sobre o Brasil”. A defesa do socialismo baseia-se, exatamente, na crítica ao capitalismo, aos seus efeitos destruidores sobre a natureza e sobre a humanidade. A destruição ambiental, a barbárie social, as guerras, a incompatibilidade cada vez maior entre o capitalismo e as liberdades democráticas são alguns dos motivos que tornam urgente a luta e a construção do socialismo.
O socialismo é a alternativa tanto aos grandes problemas da humanidade, quanto aos grandes dilemas do Brasil. Num mundo organizado pela busca do lucro e dominado por meia dúzia de nações e algumas centenas de empresas, é imprescindível reafirmar a necessidade da socialização do poder político e da propriedade dos grandes meios de produção, cabendo distinguir “socialização” de “estatização”. Viamão 19 de março de 2007.
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segunda-feira, 19 de março de 2007
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