Vulnerável é algo ou alguém que está suscetível a ser ferido, ofendido ou tocado. Vulnerável significa uma pessoa frágil e incapaz de algum ato. O termo é geralmente atribuído a mulheres, crianças e idosos, que possuem maior fragilidade perante outros grupos da sociedade.
Na sociedade, um indivíduo vulnerável é aquele que possui condições sociais, culturais, políticas, étnicas, econômicas, educacionais e de saúde diferente de outras pessoas, o que resulta em uma situação desigual. O fato de existirem indivíduos em uma situação vulnerável faz com que exista uma desigualdade na sociedade.
Esta desigualdade está presente em nossos dias sem que necessitemos realizar grandes esforços para percebermos tal realidade e a sua existência é fruto de uma sociedade que privilegia o lucro acima de tudo.
Devido a tamanha miséria, fruto do desenvolvimento, torto, produzido pelo capitalismo, a vida das famílias brasileiras ou se ainda podemos chamar o que existe assim, este sistema produz uma potente força politica e econômica que comanda milhares de “soldados” de dentro e de fora das cadeias.
Em recente entrevista um dos maiores criminosos brasileiros conhecido como Marcola conceitua como são o que ele chama de: “meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da Justiça”? Pois é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo”.
É sob esta realidade que o que sobrou das famílias de verdade, sejam elas do tipo que queiramos, homo ou hétero, com pai e mãe casados ou separados, não importa. O que importa é que as nossas favelas estão no meio da “merda” como bem disse o marginal, produto do capitalismo que nega a dignidade a todos.
O que fazer com cinco famílias desdentes de um núcleo familiar formado por pessoas que por índole ou imposição deste sistema que empurra as pessoas para o crime onde há em torno de quinze crianças de zero há doze anos que sobrevivem em subcasas, que contraditoriamente, habitam com geladeira duplex inox, fogão de 6 bocas de inox em casas que não tem portas ou janelas e muito menos esgoto sanitário. Onde as mãe esperam pelo dia que o pai será libertado de uma “maria da penha”, uma das poucas Leis que executam seus acusados, para ir ate ao cartório registrar o seu filho de 22 meses de vida.
Esta é a verdadeira realidade que encontramos nas nossas ruas em Viamão ou em qualquer cidade do Brasil e o seu enfrentamento o próprio bandido sabe como se faz: “Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma, tirania esclarecida, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice. (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC…).E do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios…). E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução”.
Discordo desse funcionário do crime, subproduto do capitalismo, e afirmo que é possível vencer o crime organizado e eles sabem que é possível, por isto zombam das pessoas do bem com afirmações como estas do bandido chamado Marcola.
itamarssantos13@yahoo.com.br
itamarssantos13@twitter.com