Dezesseis anos depois o Fórum Social Mundial retorna a
Porto Alegre.
Retorna em uma conjuntura geometricamente oposta àquela
de 2001, principalmente na questão política onde a democracia brasileira
iniciava a respirar ares da efetiva participação popular e o OP era o tubo de oxigênio
que abastecia esses novos ares. E Porto Alegre era símbolo Mundial dessa
verdadeira Revolução Democrática.
Mas a Lua de Mel com a burguesia acabou e com ela tudo
aquilo que foi adquirido em termos de direitos sociais.
Nesse janeiro de 2017 é percebível que o público
frequentador do FSM das Resistências teve a mesma proporcionalidade
inversamente proporcional daquele janeiro de 2001 onde os militantes de hoje
são muito menor, em quantidade, porque os de antes ou se desiludiram
rapidamente ou surfaram na boa onda e agora largaram a prancha do social. Que
isso também nos sirva de lição na hora de consolidarmos alianças.
A
minha geração apostou na institucionalidade e nesta na conciliação de classe,
onde os governos de coalizão dariam conta da democracia. Mesmo sendo contra
essa tese internamente, foi essa a estratégia até agora adotada. Portanto esse
ciclo está vencido e comprovado que a Burguesia não quer mais dividir os
governos com a esquerda e muito menos com o povo. As novas gerações devem
reconhecer esses erros políticos para não repeti-los sabendo que historicamente
não há essa possibilidade de convivência e que há somente duas classes sociais
em disputa. A classe RICA, 1 % da população mundial e o restante, a classe
pobre que é explorada pela força das armas e como aqui pela força do capital.
A
solução passa pela radicalização da luta de classes, a afirmação das diferenças
e a classe trabalhadora consciente de sua luta. A história do mundo sempre teve
o conflito de classes como sua mola propulsora. Hoje sabemos que a coalizão
durou enquanto era interessante para a burguesia. Marx nunca esteve tão atual!
E com o fim da aposentadoria e supressão de direitos querem nos massacrar para
que paguemos com a mais valia uma por crise forjada por eles (burgueses) com o
intuito de amparar o golpe.
Essa
história deve ser contada nos bancos escolares e para isso temos que criar
métodos que nos possibilite fazer essa formação. As novas gerações tem que
crescer sabendo a sua origem e que possíveis avanços sociais não vem do
"espirito santo".
As
gerações que fizeram o FSM de 2001 e as anteriores devem realizar sua auto crítica
(eu me incluo, mesmo tendo perdido a disputa estratégica adotada até aqui.) e
tornar a realizar a Militância que tenha como objetivo principal a Formação da Consciência
Popular enquanto Classe a partir das escolas, das fabricas, e do campo através de
suas entidades sindicais.
Nessa
tarefa as Centrais Sindicais são as ferramentas ainda em condições de financiar
esse processo, mas para que isso seja viabilizado será necessário acabar como
individualismo, com o hegemonismo e com o estrelismo que alimentam os egos de
muitos.
A
tão propalada UNIDADE tem que ser construída a partir da construção de uma
AMPLA FRENTE SINDICAL E POPULAR que tenha em comum um Plano de Sociedade que privilegie
a Democracia, a Defesa da Nação Brasileira como Pátria, da América Latina como
continente e da solidariedade dos povos como objetivo da construção humanitária
de uma nova sociedade mundial.
Esse
exercício não é novo, pois foi abandonado quando exercitamos outra forma de
governo que provou estar esgotada, portanto sabedores desses erros devemos ter
a clareza de podemos estar na Institucionalidade, mas fundamentalmente devemos
estar na base social permanentemente porque foi o nosso distanciamento o maior
dos erros cometidos.
Os
ataques já aprovados no Legislativo Corrupto dão o sinal do futuro onde o povo
não terá mais seus direitos sociais minimamente garantidos e que para
construirmos uma Nova Sociedade passa pela nossa UNIDADE COMO CLASSE.