O
despertar pela luta social nasce no início de 1978, quando descubro que o
conforto de até então tinha se encerrado quando minha saudosa mãe me atira a
realidade de uma família pobre da vila São Tomé de nossa Viamão, dizendo que
não teria mais condições de custear os meus estudos.
Como
se fosse da noite ao dia, me encontrei na Escola Júlio de Castilhos, uma
gigante do ensino público da época, frente a sempre Grandiosa Escola Estadual Barão
de Lucena.
O
que passa pela cabeça de um adolescente de dezesseis ano até em tão acostumado
a uma vida simples em vila quando se depara com a capital do seu Estado e tendo
que trabalhar durante o dia e estudar na maior Escola pública é um turbilhão de
muita informação, ainda mais que aquela época nada mais era do que o fim da
Ditadura Militar que já perdurava por quatorze anos.
Além
do compromisso com o trabalho em uma Padaria do Super Mercado Dosul e o estudo
propriamente dito, encontrei a Política.
A efervescência
política estava no ar porque o futuro nos propiciaria muitas vitórias e muito
mais lutas que logo na próxima década iriamos conquistar.
A
partir de então tomo conhecimento de que somos seres de direitos, por isso
estar no Julinho era um Direito e um dever do Estado e que todos e todas tem
esse mesmo direito.
É
bem assim! Tomar, como se bebe água. Tomei conhecimento de muita coisa que me
servem como “estilo de Vida”. Ao beber do conhecimento e saber que há algo
muito diferente de tudo aquilo que sabia ate então é muito gratificante,
principalmente, quando se sabe que existe Vida além do capitalismo e que um dia
toda a humanidade pode aprender a viver em comunidade onde um não explore o
outro para poder viver.
É
assim que se passa aperceber a vida quando conhecemos o Socialismo e o Comunismo
a onde as pessoas sabem que a sua existência é necessária para que o outro viva
e assim sucessivamente.
Foi durante a ECO-92, no Rio, que Fidel
Castro disse: "Esta noite muitas crianças dormirão na rua, nenhuma delas
mora em Cuba". “Eu sou socialista. Gostaria que todos os brasileiros
tivessem oportunidades iguais nas áreas da saúde e educação.”
Desde
então muitos anos passaram, envelheci e nunca desisti de perseguir este sonho.
O Sonho de ver um Brasil onde as nossas crianças tenham família e casa como
comida, roupas, brinquedos e escola como sendo uma normalidade e não um privilégio
de poucos.
Pode
até ser nostalgialidade de minha parte, mas este Sonho está cada vez mais forte
e necessário nos dias de hoje.
Na
Luta sempre!
“Sonha
e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida.”
Che
Guevara
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