“O
saber traz a luz da lucidez”
frase do Professor Ângelo de Direito e Legislação de um curso que fiz em
novembro de 2012, que me proporcionou compreensão sobre aquilo que vejo, mas
não posso transformar imediatamente, fato oportunizado somente pelo saber
adquirido pela educação.
Todo aquele que sabe que algo está errado
ou poderia estar melhor sofre por não poder concretizar esta mudança porque não
lhes deixam ou porque a pessoa não quer se transformar, pois optou por viver
daquele modo.
A lucidez ou a alienação fazem parte da nossa existência, da nossa
sociedade que optamos e lutamos por ser uma sociedade democrática.
Para vivermos em sociedade temos que
ter sociabilidade que é um processo pelo qual os indivíduos são educados-formados
para participar desta sociedade. Este processo se dá em varias etapas de nossas
vidas, pelas quais formamos nossas representações a cerca de nós mesmos, dos
outros e da sociedade como um todo, ou seja, família, escola, trabalho, grupos
de referência, religião e cultura.
Violência
e intolerância são características de nossa “sociabilidade” herdadas de nossa colonização que tem sido
reforçada pelo individualismo, pelo consumismo e pela falta de consciência
ecológica que vem moldando o significado da vida nisto que chamamos de “sociedade”.
Para superar esses limites temos que
ter “Consciência Ética”, ou seja,
termos a capacidade de reconhecer no outro, mesmo diferente, a nossa propria
humanidade. As pessoas não deixam de serem cidadãs pela sua condição econômica,
crédulo ou etnia.
Mas em nossa Viamão alguns colegas
deixam de ter ou se esqueceram de exercitar a sua “sociabilidade” e sua “consciência
ética” comprovadamente em seus artigos publicados em um semanário local nas
ultimas duas semanas deste escaldante fevereiro de 2013, onde um deles chama os
índios de “parasitas e mendigos”
classificando-os de “sérios e não sério”
por estar tomado por resquícios de uma cultural genuinamente colonial
demonstrando ai o seu profundo desrespeito a cultura de um povo.
A presença das Índias e de suas
crianças nas esquinas de Viamão faz parte de sua cultura que se propõe a
adquirir a sua subsistência através da venda de seus produtos advindos da
natureza ato que por si só nos mostram serem um povo de consciência ecológica muito mais elevada daquela que predomina no
meio daquilo que chamamos de sociedade.
Que esbravejem os pseudos democratas
pelo que escrevo dizendo ser um “discurso da esquerda festiva” porque o povo Índio não é mendigo, sério ou
menos sério, pois é um POVO merecedor de respeito e todo aquele que prima pela
boa sociabilidade entre os povos deve estar ao seu lado garantindo-lhes os seus
direitos.
As
Índias e suas crianças não são mendigos ou parasitas desta tal sociedade, são
cidadãs e trabalhadoras desta terra que lhes foi roubada pelos nossos
ancestrais europeus.
Se há algum pária por aqui são os
arianos desbotados.
Publicado na
2 quinzena de março de 2013 no JORNAL FOLHA DE VIAMÃO.
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