A ficção de tempos em tempos nos trás comparações no mínimo, intrigantes. A inteligência mídiatica é inquestionável, bem como a estrutura disponível para disseminá-la é instantânea.
Tanto na ficção como na informação a indústria cultural despeja nas telinhas e telonas, pura lavagem cerebral, martela o tempo todo à noção de que há uma ameaça aos bons, aos normais e saudáveis que vem dos maus, os aberrantes e doentios e ameaça o status quo, principalmente o terrorista e o serial killer.
E para simbolizar essa idéia utiliza metáforas representadas por atores angelicais que são produzidos para representar esta visão nas telinhas ou telonas e essa industria é muito bem paga por seus telespectadores para serem, ironicamente, manipulados.
Essa manipulação é produzida desde sempre nas nossas cabeças e produz conseqüências incompreensíveis como o caso do extremista norueguês que deve ter assistido, por exemplo, toda série do Harry Potter, aquele do mundinho paradisíaco da escola de bruxaria ameaçado pelo caos que um Bin Laden de nariz achatado personifica.
No caso de Brogodó, cidade fictícia global me provoca a fazer uma leitura diferente desta lógica mídiatica que quer através deste folhetim desprestigiar os políticos e os rebeldes.
No enredo novelesco todo político é corrupto e tirano que se utiliza desse poder para corromper os demais funcionários públicos, neste caso o delegado e os policiais e aqueles que se colocam contrários a estas praticas são representados pelos cangaceiros e como nos relatos históricos oficiais querem nos fazer crer que no cangaço estão os bandidos marginais e por isso não há saídas para essa sociedade a não ser se subjugar ao status quo.
Com certeza nossa vida real esta recheada de tiranos que criam ao seu redor verdadeiros feudos onde ele é o reizinho, mesmo que para isso tenha que corromper e intimidar a todos que se submetem a esta situação por impotência ou conivência, mas cabe-nos como cidadãos lutar contra essa tentativa de implementação do neofeudalismo e denunciar esta pratica delituosa.
Feudalismo descreve um conjunto de obrigações legais e militares recíprocas entre a nobreza guerreira, giram em torno de três conceitos chaves dos Lordes, vassalos e feudos. Um Senhor é um nobre que ocupou terras, vassalo era uma pessoa que foi concedida a posse da terra pelo Senhor, e a terra era conhecida como um feudo. Em troca do uso do feudo e a proteção do Senhor, o vassalo iria fornecer algum tipo de serviço para o Senhor. Havia muitas variedades de posse da terra feudal, consistindo de serviço militar e não militar. As obrigações e direitos correspondentes entre o Senhor e vassalos sobre o feudo formam a base da relação feudal onde as vantagens ficam com os “senhores/nobres”.
Numa comparação livre com os dias atuais esta relação esta entre os políticos que dominam os seus feudos/municípios em troca de cargos nas Prefeituras produzindo uma vassalagem (os ocupantes desses cargos) que fazem o que o “Reizinho/Prefeito” determina.
Neste contexto encontra-se também uma grande engrenagem que produz muito poder econômico mantido pela corrupção que como já disse deve ser combatida por todos aqueles que sonham em construir uma sociedade livre, soberana e democrática.
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