A campanha da Fraternidade, lançada recentemente, trás como tema “Fraternidade e Defesa da Vida”. Esta campanha está mobilizando todos os seguimentos da sociedade brasileira para uma reflexão sobre os valores e sobre o significado da vida.
Logo após o lançamento oficial, pela CNBB, no qual fica clara a opinião da cúpula religiosa reafirmando sua contrariedade ao aborto, a eutanásia e ao uso de camisinha surgiram varias manifestação que questionam essa visão conservadora da direção da Igreja Católica. Entre esses questionamentos foi publicado o “Manifesto de Católicas pelo Direito de Decidir” onde são apontados varias contradições que segundo as defensoras do manifesto antecedem a discusão ou a proibição do aborto, da eutanásia, da prevenção da AIDS com o simples uso da camisinha, das pesquisas com células-tronco, do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, do segundo matrimônio, da ascensão das mulheres na hierarquia da Igreja Católica, do planejamento familiar e da distribuição criteriosa de contracepção de emergência nos casos de estrupo.
O Direito a Vida é mais amplo que uma mera opinião de ser ou não ser contra o aborto, a eutanásia ou a pena de morte. Como bem lembraram as signatárias do “Manifesto de Católicas pelo Direto de Decidir” quando transcreveram uma passagem do Evangelho de Jo 10,10: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundancia”.
O que será que Cristo quis alertar a humanidade com essa afirmação? O que Cristo diria hoje a respeito de temas tão importantes e contraditórios como esses ora em debate?
Acredito que Cristo estaria do lado daqueles que Ele sempre esteve dos pobres e dos humildes, a meu ver seria um homem de esquerda que não se renderia aos luxos do capital e saberia discernir entre um aborto legal e um ilegal, ou seja, uma mulher que foi estrupada deve fazer um aborto, ou se ela corre risco de vida, ou se o feto não tem cérebro, porque nestes casos não haverá amor e em conseqüência não haverá “vida em abundancia”. O que dever ser proibido é o aborto clandestino.
O que se deve ter disponível na rede pública de saúde é um amplo programa de planejamento familiar onde os homens sejam incluídos nesta responsabilidade dividindo assim o dever de oferecer vida em abundancia para seus filhos e filhas. A questão não é só liberar por liberar, porque o aborto não deve ser utilizado como um método anticonceptivo para homens e mulheres irresponsáveis que só pensam no prazer.
Como é prazeroso fazer sexo, mas desde que seja com responsabilidade e devidamente protegido. Tudo aquilo que seja em defesa da vida deve ser utilizado, por isso a eutanásia é uma atitude que vai contrario a defesa da vida, pois entendo que tudo o que a ciência tiver para colocar a disposição da humanidade em equidade através dos serviços públicos deve ser utilizado como instrumento de adiar a morte.
Com esse raciocínio já me declaro contrario a eutanásia pelo simples fato de uma pessoa estar entre a vida e morte, a meu ver, não tem condições de decidir sobre sua própria vida, recaindo esse dever de lhe proporcionar todos os instrumentos (medicamentos, médios e Hospital, etc...) ao poder publico.
Não podemos e não devemos aceitar a aprovação de projetos como o apresentado pela ONG Instituto Brasileiro de Direitos da Família (IBDFam) que apresentou uma proposta de Instituir a Legalização do Parto Anônimo que pretende complementar um projeto de lei do Deputado Eduardo Valverde (PT-RO), conforme matéria do jornal Correio do Povo de 02-03-2008. Se por acaso essa aberração for aprovada nós (humanidade) retrocederemos aos idos dos séculos XIX e XX onde se praticava a chamada “roda dos enjeitados” ou “roda dos expostos” como a que funcionou na Santa Casa de Porto Alegre de 1837 a 1940.
Nem um Cristão de Fé admitiria esse sistema como sendo de “vida em abundancia”, pois essas pessoas não teriam a plena cidadania, não teriam origem. A discusão não é meramente religiosa ou meramente cientifica porque seria muito fácil ficar de bem com o Papa é só aceitar cegamente as imposições eclesiais ou para ficar de bem com o Lula deveríamos aceitar que a decisão final esteja com os cientistas que poderiam manipular a seu bel prazer às células tronco, as mutações genéticas sem que a sociedade possa fiscalizar e exigir dos poderes constituídos o devido acompanhamento e a aplicação dessas descoberta em beneficio de toda a humanidade.
Decisões desse tipo não devem ser tomada sem um profundo e amplo debate nacional onde toda as duvida sejam sanadas onde todos os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional sejam amplamente divulgados pela imprensa escrita e falada possibilitando assim que nós, os pobres, tenham condições de saber e entender o que os legisladores querem fazer em nosso nome. Em um sociedade democrática devemos nos orientar por certas regras e essas regras são as leis; por isso devemos estar sempre atentos naquilo e naqueles que fazem as leis, nos que executam essas leis e naqueles que julgam essas mesmas leis.
ver.itamarsantos@terra.com.br
Viamão 10 de março de 2008.
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