O
governo federal quer a privatização dos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição
e do hospital de Clinicas de Porto Alegre.
Mais uma investida do Governo Bolsonarista contra o bem
público. Desta vez estão na mira genocida de Bolsonaro e de seu bando o GHC e o
HCPA.
A
Constituição Federal no seu artigo 196 dispõe a saúde como direito de todos e
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Os
hospitais do GHC são os únicos hospitais que disponibilização atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) que garante à comunidade o acesso a uma saúde pública qualificada e
humanizada, onde o foco principal está nas reais necessidades da população a
partir da atenção básica. O Grupo Hospitalar Conceição conta com 12 postos do
Serviço de Saúde Comunitária e 39 equipes de saúde da família, que atuam em
vilas e em bairros determinados da Zona Norte e Nordeste de Porto Alegre.
Os
Trabalhadores e Trabalhadoras do GHC atendem aproximadamente 105 mil pessoas
que são cadastradas para um permanente acompanhamento de seu estado de saúde,
por meio de programas de prevenção e de tratamento médico e odontológico com atendimentos
multidisciplinares, incluindo, além dos médicos de família e comunidade,
dentistas, farmacêuticos, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes
sociais e agentes de saúde. Os cuidados com a população seguem a normas
específicas deste modelo de saúde pública onde o médico de família e a equipe
de saúde prestam atendimento em casa ou, quando necessário, promove a
internação domiciliar. O serviço resolve, em média, 90 a 95% do problemas de
saúde das populações adscritas.
A
grandeza do GHC é para a população do RS um patrimônio público que deve ser
mantido e ampliado para que possa ser referência médico hospitalar para todo o
estado.
Toda
essa magnitude está em risco desde que o atual presidente assumiu tento em
vista que o GHC sempre esteve na lista de Privatizações que estão no ´plano de
entrega ao capital financeiro e da indústria dos planos privados de saúde.
No
final de abril a imprensa nacional noticia amplamente que o atual Ministro da
Economia, Paulo Guedes, “Governo federal quer vender ativos como medida para a
retomada econômica após a pandemia.”
Outro
patrimônio da Saúde Pública do RS e brasileira, o HCPA ou o Hospital de
Clinicas, como é conhecido pelo povo também está na mira privatista do governo Bolsonaro
que pretende repassar para a indústria hospitalar privada esse patrimônio da
Educação e da Saúde Pública.
A
longa história do HCPA não cabe somente em um nota tendo em vista que foi
pensado desde 1931 quando uma comissão credenciada pela Faculdade de Medicina
solicitou ao interventor do estado, general Flores da Cunha, a concessão de um
fundo de 10 a 12 mil contos de réis para a construção do hospital-escola. Ao
longo de sua história percorreu-se várias décadas até ser realizado o primeiro
atendimento ambulatorial em 1º de fevereiro de 1972, na especialidade de
Endocrinologia.
Em 23 de maio do mesmo ano, foi internado o primeiro paciente,
na especialidade de Nefrologia. A cirurgia inaugural foi realizada pela equipe
da Urologia em 1973 e o transplante inicial, de rins, aconteceu no ano
seguinte.
A
partir daí, o HCPA tem trilhado uma trajetória de sucesso na assistência,
ensino, pesquisa e gestão em saúde, que o qualifica como um dos melhores
hospitais brasileiros e um reconhecido polo de formação de recursos humanos,
produção de conhecimento e inovação.
Estes
dois gigantes do Ensino e da Saúde Pública não podem ser entregues a iniciativa
privado para atender as vontades ideológicas de um governo de plantão.
O
GHC emprega 9427 trabalhadores e trabalhadoras multiprofissionais e o HCPA
emprega 6.096 trabalhadores e trabalhadoras, e 546 docentes, além dos
residentes multidisciplinares, pesquisadores, doutorandos, mestrados, produção
de teses e artigos científicos.
Em
defesa desta propriedade do povo brasileiro fruto dos impostos arreceados desse
povo nos últimos 122 anos, desde quando os professores da Faculdade de
Medicina, que havia sido inaugurada em 1898, já sonhavam com a construção de um
hospital-escola onde o ensino pudesse ocorrer lado a lado com a assistência à
população não pode ser privatizado.
Considerando
essa História de serviços prestados ao povo brasileiro no passado, no presente
e que deverá prestar para as futuras gerações repudio a pertença intenção de
privatização dos hospitais do GHC e do HCPA e conclama a sociedade gaúcha a
formar o comitê em Defesa do SUS e de sua rede de serviços desde a Atenção
Básica de Saúde até a alta complexidade, inclusive a rede hospitalar.
Itamar
Santos
Vice
Presidente do CES RS-Maio de 2020
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