O
neurocientista, Dr. Carl Hart (é o primeiro cientista afro-americano
titular na Universidade de Columbia, onde é professor associado dos
departamentos de psicologia e psiquiatria. Ele também é membro do
Conselho em Assuntos de Abuso de Drogas e pesquisador da Divisão de
Abuso de Substâncias do Instituto de Psiquiatria de Nova York). diz:
por 20 acreditei que as drogas eram o problema das comunidades. Mas
quando eu comecei a olhar com mais cuidado, quando comecei a olhar as
evidências de maneira mais cuidadosa, ficou claro para mim que as
drogas não eram o problema. O problema era a pobreza, a política
anti-drogas, a falta de empregos - um leque variado de coisas. (Leiam
a integra desta entrevista em
http://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FDireitos-Humanos%2F-As-drogas-nao-sao-o-problema-entrevista-com-o-neurocientista-Carl-Hart-%2F5%2F30021
)
Os
critérios utilizados pelo Dr. Carl para defender sua tese se alguém
é ou não viciado é o de se esta pessoa tem problemas nas suas
funções psicossociais. Ela vai ao trabalho? Ela lida com suas
responsabilidades? Ou ela deixa de lado suas atividade?
A partir
destes critérios posso pensar que vemos as pessoas como seres que
produzem algo, ou seja, o Senso Comum de nossa sociedade considera
útil o que dá prestígio, poder, fama e riqueza. Julga o útil
pelos resultados visíveis das coisas e das ações, identificando
utilidade no trabalho, no cumprimento das responsabilidades e
atividades sociais.
Esta
visão descarta as ações do meio sobre as pessoas tendo
ingredientes de contraditoriedade na defesa da tese do renomado
cientista no momento que identifica os problemas sociais como um
provocador para o uso de drogas e sua resolução como um fator de
amenização para este uso.
Estamos em meio aos que defendem o materialismo médico de Willam James, as crenças religiosas
que “justificam o uso de drogas em seus rituais” e daqueles que
acreditam no “uso recreativo de drogas” que não limita seus
usuários as funções de uma sociedade capitalista que lhe explora
ao ultimo de suas forças.
Os
efeitos relatados pelos dependentes de Crack dão conta de
queimaduras nos dedos e boca, convulsões, falta de ar, taquicardia,
paranoias, hipertensão, taquipnéis (respiração acelerada),
hipertermia(febre alta), pupilas dilatadas, tensão muscular,
tremores e sudorese intensa.
Os
primeiros episódios de consumo são marcados por euforia, sensação
de bem estar e desejo de repetir o uso o que resulta em ansiedade,
hostilidade e depressão extrema. O aumento em doses mais altas
surgem as ilusões perceptivas ( visuais e auditivas) e finalmente a
psicose cocaínica, extrema hipervigilância ( já vi relatos de uso
de cocaína para não dormir como medo da policia lhe prender),
delírios paranóides e alucinações que podem levar a homicídios
ou suicídios.( Leite, 1999:27).
Entendam
que não estou a duvidar da experiencia cientifica de quem quer que
seja até porque esta está comprovada e nisto não há discussão.
A
discussão esta entre estes estudos e a realidade que vivenciamos em
nossos dias com as mais variadas reações, sofrimentos e
comportamentos.
Entendo
que cada individuo responde de maneira peculiar aos cuidados
disponibilizados, portanto deixo ou controlo meu sectarismo em
inviabilizar este ou aquele cuidado como sendo inviável.
Trato de
não demonizar nada em termos de atenção aqueles que estão
dependentes ao uso de drogas. Para mim todas as estrategias e
técnicas disponível são possíveis de serem executadas de acordo
com as necessidades de cada usuário desde as praticas de Redução
de Danos ate compulsoriedade dos mais variados tratamentos.
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