As definições são as mais variadas sobre os fatores que nos levam a estarmos passando por um período de extrema violência.
A violência está tão generalizada que se torna mais uma das tantas banalidades que presenciamos no nosso dia-a-dia.
A todo instante somos torpedeados pelos noticiosos digitalizados ou pela imprensa por fatos chocantes onde são demonstrados que a sociedade contemporânea está doente. Duplamente doente.
Doente pela insistência de se noticiar múltiplas vezes o mesmo fato, especialmente se este fato é de extrema violência.
Neste caso, doentes são todos aqueles que lucram constantemente, para não dizer exclusivamente, noticiando torturadoramente estes crimes.
Mais doentio é o consumo voraz pela grande maioria da população que hipnoticamente deixa tudo de lado para assistir esses casos de extremada violência praticados por pessoas, elogiadamente chamadas assim, sofredoras de igual transtorno.
Os casos dos pais que atiraram a filha pela janela ou dos “Bad Boys” de Brasília quando atearam fogo no índio ou aqueles espancadores de uma mulher trabalhadora no ponto de ônibus, ambos são filhos dos bacanas da classe média alta desta sociedade doente onde sobrevivemos.
A violência de hoje que está presente em nosso cotidiano tem uma explicação histórica.
Sua origem está na concentração de poder onde quanto menos pessoas possuir muito mais do que o necessário, muitas outras pessoas estarão propicias a cometerem atos criminosos só pelo instinto de sobrevivência.
Essa concentração de poder se inicia pela má distribuição de terras começando na colonização do território brasileiro a partir da instituição das capitanias hereditárias com o massacre dos povos indígenas.
Desde a invasão da América Latina pelo império espanhol e posteriormente o Brasil pelo império português os quais as elites brancas atuais apelidaram de descobridores acontece o controle das terras e de todas as suas riquezas minerais, incluindo-se a água, por uma elite colonizadora.
Este controle sempre esteve como sendo o objetivo central dos invasores europeus que criaram ardilosamente um conjunto de justificativas para legitimar toda essa apropriação indébita, estando entre elas à questão da raça um elemento central.
A justificativa para tal apropriação tinha que ter um fundamento lógico à época e o que foi encontrado para justar esta prática aos olhos europeus e a igreja católica romana, seria dar o controle das recentes riquezas aos fidalgos (os filhos de alguém - dos europeus).
Uma vez que os índios, povo original destas terras, primeiramente, e os negros seqüestrados da África posteriormente, não eram considerados seres humanos, portanto não podiam “controlar” as imensas riquezas da promissora descoberta.
Sob o signo desta discriminação racial foi fundada a base da constituição das classes sociais na America Latina e no Brasil.
Os noticiosos tupiniquins fazem questão de dissociar a origem étnico-racial deste debate, bem como quanto às classes sociais devido aos seus interesses serem comprometidos com aqueles que detêm o controle das riquezas no continente.
A violência que nos permitem saber é aquela que acontece nas regiões urbanas onde estejam envolvidos os representantes da fidalguia atual (brancos e ricos). Mas o grosso da violência fica escondido da grande maioria da população, aqueles que estão à margem da margem da miséria absoluta.
Outro importante fato subtraído das informações repassadas à população é a de que um alto índice dos crimes cometidos é de origem fidalga, tanto nos assaltos, trafico de drogas e nos chamados crimes do colarinho branco, assim deixando a população alheia a estes dados fundamentais para a identificação e responsabilização social de quem realmente pratica esses crimes.
MSN: itamarssantos@hotmail.com
Publicado em 07/01/2009 no www.melhordetodos.com.br
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