O chamado Plano Colômbia é a intervenção dos Estados Unidos na Colômbia, com o pretexto de combater o narcotráfico no continente, mas na verdade reflete a situação cada vez mais cômoda do imperialismo norte-americano, sobre um dos países mais ricos em reservas naturais da Amazônia.
As operações militares do Plano Colômbia, de fato, começaram em outubro de 2000, quando o exército realizou um ataque em grande escala em Putumayo, no sul do país, na região mais rica em petróleo, localizada na fronteira com o Equador, com a desculpa de combater um foco da guerrilha supostamente ligado narcotráfico. O que comprova que a questão de fronteira entre os dois países é bastante antiga.
É preciso que fique claro, que o interesse dos Estados Unidos não se restringe ao petróleo. A biodiversidade da Amazônia colombiana só perde para o Brasil, sendo que somente seus recursos hídricos já bastariam para atrair os Estados Unidos. Esse plano nada mais é do que uma porta de entrada a futura dominação norte americana do território amazônico, incluindo aí o Brasil caso fiquemos calados.
Essa questão torna-se ainda mais delicada, principalmente se levarmos em conta que a água doce, cada vez mais escassa, já é considerada uma questão chave para o século XXI, tendo nos Estados Unidos seu principal consumidor mundial.
A questão crucial do Plano Colômbia é o combate aos grupos de guerrilha, não pela ligação desses com o tráfico e sim, pela capacidade de mobilizar a população mais pobre, de origem indígena, contra o imperialismo norte-americano. Cerca de 40% da Colômbia é controlada por grupos guerrilheiros, destacando-se as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN).
A guerrilha colombiana, que a história oficial e a imprensa colonial relacionam com o narcotráfico, originou-se no seio do movimento popular-indígena na guerra civil ocorrida no país no final dos anos 40, entre o Partido Conservador e o Partido Liberal. Ambos cresceram politicamente representando a burguesia, sendo que o primeiro esteve ligado à oligarquia rural e o segundo aos setores mais relacionados com um projeto econômico urbano-modernizador para o desenvolvimento nacional.
A luta iniciou-se em 1948 após o assassinato do liberal Jorge Eliécer Gaitán, que através de práticas populistas, contava com apoio de operários e camponeses, que revoltados com o fato, iniciaram uma série de manifestações em todo país. Essa revolta, ocorrida no início da Guerra Fria, foi vista pelos Estados Unidos como uma ameaça ao capitalismo.
Com apoio norte-americano, os conservadores colombianos iniciaram um período de repressão conhecido como La Violência, em que morreu cerca de 200 mil pessoas entre 1948 e 1953. Economicamente, essa fase foi acompanhada por uma maior concentração de renda, que agravou ainda mais a desigualdade social, contribuindo para o fortalecimento da resistência popular-armada com a formação das Farc e do ELN em 1964, sob influência do socialismo cubano.
Sem conseguir controlar a guerrilha, o então presidente Julio César Turbay Ayala, apoiado pelos Estados Unidos autorizou a formação de grupos paramilitares, conhecidos como "esquadrões da morte", para combater a guerrilha. Treinados nos Estados Unidos e patrocinados pelos latifundiários e pelos "barões da droga", esses grupos, como a Autodefesas Unidas Colombianas (AUC), praticaram inúmeros crimes, vitimando políticos de oposição, sindicalistas e a população rural suspeita de apoiar a guerrilha. Esse último segmento formado principalmente por indígenas é o que mais vem sofrendo com a ação dos "esquadrões da morte".
Ameaçados, milhares de camponeses já abandonaram suas terras nos últimos anos, que foram facilmente ocupadas por fazendeiros narcotraficantes. O êxodo rural empobreceu os centros urbanos, onde muitos camponeses desprovidos de emprego passaram a integrar a guerrilha, que paga inicialmente o dobro do salário mínimo colombiano. O dinheiro que mantém a guerrilha é obtido pelo "imposto" cobrado aos traficantes que atuam em territórios controlados pelas Farc e pelo ELN.
Na última década do século XX a violência no país foi responsável pela morte e desaparecimento de 70 mil pessoas, sendo mais da metade composta pela população civil, destacando-se trabalhadores, intelectuais e sindicalistas.
Os EUA estão militarmente em 156 países, com 737 bases instaladas em 63 desses países segundo o próprio departamento de defesa norte americano. Somente na América Latina esta localizada uma dezena dessas bases: Guantanamo-Cuba, Vieques- Porto Rico, Solo de Cano-Honduras, Rainha Beatrix-Aruba, Hato-Curaçao, Manta-Equador, Três Esquinas e Letícia- Colômbia, Iquitos-Peru e Mariscal Estigarribia-Paraguai, todas elas estrategicamente localizadas para serem utilizadas sempre que necessário.
Estas informações são deliberadamente omitidas nas publicações de massas para que a informação recebida pelo povo seja sempre a que favoreça os interesses dos imperialistas e de seus súditos brasileiros.
Fonte: www.historianet.com.br e www.brasildefato.com.br
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Viamão-RS, 02de abril de 2008.
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