Um fato constatado há muitos anos pelos povos pobres do mundo devido à constante exploração capitalista sofrida, a crise dos alimentos nunca foi tão discutida como nos últimos dias.
A ONU, sucursal dos interesses capitalistas, em especial dos EUA, faz um estardalhaço carregado de hipocrisia como se só agora viesse, a saber, que bilhões de pessoas morrem de fome em todo o mundo por única e exclusiva culpa dos grandes capitalistas mundiais que controlam todo o processo de produção em escala mundial, desde a produção de sementes até o transporte e a venda dos alimentos.
Como não dá mais para esconder o óbvio a ONU quer achar um culpado para mais essa barbárie do capitalismo mundial e para isso não se envergonha de incluir no rol de culpados o Presidente Lula e o projeto brasileiro de biocombustíveis que num futuro bem próximo deixará o Brasil alto suficiente em energia e assim independente mundialmente.
Essa independência brasileira e implementada por Lula, um torneiro mecânico, portanto fora da liturgia da política capitalista é um risco ao domínio imperialista por isso deve-se culpá-lo a todo custo.
Lula é um risco para os interesses de dominação norte americano na América Latina, pois se constitui juntamente com os outros Presidentes Latino-americanos como importantes lideranças mundiais que podem e estão já influenciando a política econômica mundial interrompendo assim o avanço dos EUA e seus aliados.
O Governo Lula deve ficar sempre alerta para não errar no método de produção agrícola se esquecendo de manter a totalidade das necessidades alimentares do povo brasileiro e isso se dá é apostando na agricultura familiar incentivando-a a produzir mais, melhor e em diversidade.
Somos um país continental e para isso nosso povo deve ter soberania em todos os sentidos e em especial SOBERANIA ALIMENTAR.
A soberania alimentar define essencialmente o pacote político que seria necessário para que as políticas de reforma agrária e desenvolvimento rural possam verdadeiramente reduzir a pobreza, proteger o ambiente, e fortalecer o desenvolvimento econômico inclusivo e de grande base social. Os pilares mais fundamentais da soberania alimentar incluem o reconhecimento e o cumprimento do direito à alimentação e o direito a terra; o direito de cada nação ou povo a definir a sua própria política agrícola e alimentar, respeitando o direito dos povos indígenas aos seus territórios, os direitos dos pescadores tradicionais a áreas de pesca, etc.; um refúgio das políticas de comércio livre, com uma concomitante maior prioridade de produção alimentar para mercados locais e nacionais, e o fim da venda abaixo do preço de custo (dumping); reforma agrária genuína; e práticas agrícolas sustentáveis, com base nos camponeses, ou agro-ecológicas.
A soberania alimentar está relacionada com os direitos humanos e para se possuir soberania alimentar implica em se fazer a reforma agrária através duma análise do direito a uma alimentação adequada, e do direito a terra, reclamado pelo movimento social rural, pelo simples fato de se ter mais terra para mais trabalhadores nela trabalhando. A reforma agrária é necessária para que aja uma desconcentração de muitas áreas de terras em poucas mãos e assim teremos mais diversidade de produção alimentar.
A adoção de uma política de soberania alimentar inclui:
*Dar prioridade à produção agrícola local de forma a alimentar as pessoas, o acesso de camponeses e dos sem terra a terra, água, sementes, e crédito, e, desde logo, a necessidade para reformas da terra genuínas e abrangentes, acesso sem restrições a sementes, e para a salvaguarda da água como um bem público para ser equitativamente e sustentavelmente distribuído,
*O direito das famílias agricultoras e camponesas para produzir alimentos e o direito dos consumidores para decidirem o que consomem, e como e por quem é produzido;
*O direito dos Países para se protegerem de preços agrícolas baixos e da importação de alimentos;
*Os preços agrícolas deverão estar ligados aos custos de produção com uma margem de lucro que permita, aos produtores, uma vida digna: isto pode ser atingido se os Países ou Uniões de Estados tiverem a possibilidade de imporem taxas, quotas e interditar as importações excessivamente baratas, se comprometerem a favor da produção agrícola sustentada, e se conseguem gerir a produção no mercado interno de forma a evitar excessos estruturais;
*A participação do povo na formulação das políticas agrícolas;
*O reconhecimento dos direitos das mulheres agricultoras que desempenham um papel primordial na produção agrícola e na alimentação.
Hoje em dia, os povos do mundo são confrontados com dois modelos de agricultura, desenvolvimento rural e produção de alimentos um deles é o conceito de soberania alimentar onde a participação popular se faz presente e necessária.
O outro, o dominante é um modelo do agronegócio baseado na lógica neoliberal do comércio livre, privatização e visão da terra como mercadoria, água, florestas, pescas, sementes, conhecimentos e, da vida em si o qual deve ser combatido em nome da sobrevivência da espécie humana na terra.
É guiada por um objetivo de lucros corporativos e o aumento de produção para exportação baseada na mão de obra barata, muitas vezes escravas, e é responsável pelo aumento da concentração de propriedade da terra, recursos e cadeias de produção e distribuição alimentar e outros produtos agrícolas nas mãos de algumas, poucas, corporações.
Os preços dos alimentos e outros bens agrícolas recebidos pelos produtores estão em constante declínio por causa da venda abaixo do preço de custo (dumping) e outros fatores, tais como os salários para agricultores e trabalhadores. No entanto, os preços ao consumidor continuam a aumentar. O modelo é quimicamente intensivo e causa danos incalculáveis ao ambiente e à saúde dos produtores, trabalhadores e consumidores.
Estes importantes fatores não estão sendo divulgados ou ao menos pensados pelos dirigentes da ONU como uma possível solução da fome no mundo, mas nossa certeza é da necessidade urgente de mudar-se o modo de produção e distribuição alimentar em esfera global.
ver.itamarsantos@terra.com.br
Viamão-RS, 29/04/2008.
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