Ao lembrar em plenário do massacre de Eldorado dos Carajás, além de relatar a truculência da Brigada Militar gaúcha contra o MST, o deputado Adão Pretto pede justiça e mais ações em prol da Reforma Agrária.
“Hoje, dia 17 de abril, é uma data simbólica de luta e luto ao mesmo tempo. Luto por que, há 11 anos atrás, o Brasil vivia um dos maiores massacres contra os trabalhadores rurais, quando 19 Sem Terra foram mortos, 69 foram mutilados e centenas ficaram feridos em uma ação da Polícia Militar, sob a ordem do então governador Almir Gabriel (PSDB-PA), em Eldorado dos Carajás, no Pará. Os Sem Terra, na ocasião, estavam reivindicando vida digna, respeito e terra.” Mas também é um dia de luta.
A Via Campesina decretou o dia 17 como o Dia Internacional da Luta Camponesa. E dessa forma, o Deputado Federal, Adão Pretto (PT/RS) lembrou, em plenário da Câmara dos Deputados, o massacre no Pará, ao mesmo tempo em que alertou para o não recebimento das indenizações dos agricultores feridos e mutilados, além da liberdade dos mandantes deste crime, o coronel Mario Pantoja e o major José Maria Oliveira.
“A justiça usa dois pesos e duas medidas nos julgamentos, pois trabalhadores sem terra são presos, julgados e condenados por lutar por um pedaço de chão para trabalhar. Enquanto que os fazendeiros mandantes de centenas de assassinatos e policiais militares que comandam ataques e assassinam trabalhadores continuam impunes, não são julgados nem presos”, explica o deputado.
Abril, mês em que os movimentos sociais camponeses consideram fundamental para as lutas em prol da Reforma Agrária, mais uma vez registra índices de violência contra os trabalhadores rurais. O Rio Grande do Sul é mais um estado que, através do seu Governo, usa a mão da Brigada Militar para reprimir os Movimentos de forma cruel e desumana.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou uma ocupação à fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul. A fazenda possui 7 mil hectares (30% do território do município) e sua desapropriação é apoiada por prefeitos da região, sindicatos e entidades. No entanto, as famílias acampadas sofreram um despejo realizado pela Brigada Militar em horário ilegal (após das 18 horas), onde ocorreu destruição de mantimentos, objetos pessoais, torturas e agressões a dezenas de pessoas que estavam desarmadas e saindo pacificamente do local.
Como se não bastasse toda a truculência, a Brigada ainda prendeu cinco trabalhadores sem antecedentes criminais sob alegações mentirosas de que estariam armados, além de atirar contra os acampados, o que acabou por atingir o agricultor, Daniel Mafalda Chaves que se encontra com uma bala alojada perto da coluna, correndo risco de perder os movimentos das pernas. O médico que o atendeu, Alessandro Poletto, da cidade de Carazinho, ainda afirmou que o agricultor deveria ter sido atingido na cabeça.
“Estes fatos demonstram que a luta pela democracia, pelo acesso a terra, pelos direitos humanos os quais todos deveriam ter acesso, estão longe de ser concretizados. Infelizmente o governo do Estado do Rio Grande do Sul não contribui em nada para a realização da reforma agrária, pois extinguiu o gabinete da reforma agrária e ainda autoriza a brigada militar a usar de todas as formas de violência contra os trabalhadores que lutam por seus direitos”, afirma Adão Pretto.
O agricultor, hoje, encontra-se internado em um hospital de Porto Alegre, onde recebeu visitas de seus companheiros de Movimento e de apoiadores, entre eles, o próprio deputado Adão Pretto. Ele, a Deputada Federal Maria do Rosário, os estaduais Stela Farias, Marisa Formolo e Dionilso Marcon, o representante da CPT, Padre Rudimar Dalasta e o membro do MST, Cedenir de Oliveira compareceram a uma audiência com o chefe da Casa Civil do Estado, Luiz Fernando Zachia, neste último dia 16 de abril.
Os petistas e os representantes dos movimentos foram reclamar da repressão policial utilizada contra os trabalhadores. Os deputados esperam que o governo Yeda Crusius reveja esta postura agressiva contra os movimentos sociais do campo e da cidade.
Este foi produzido pela assesoria de comunicação de gabinete do deputado extraído de seu pronunciamento na tribuna da Câmara Federal e transcrito aqui para que possamos perceber a necessidade de sempre se ter representantes populares nas casas legislativas desse imenso país.
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terça-feira, 17 de abril de 2007
Violência contra os Movimentos Populares.
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