Fundado em 13 de maio de 1874, foi inaugurado somente dez anos após, no dia 29 de junho, data consagrada a São Pedro, mas nem a fé popular não apaga as marcas manicomiais dos tempos que o trancafiar pessoas que não se “adequavam” as ditas regras sociais remanescentes da ex-coroa colonial que dominava o Brasil.
As lutas travadas desde então para o fim dos chamados hospícios e os “tratamentos” desumanos dispensados as pessoas que ali eram esquecidas se estenderam por mais de um século ate a aprovação da LEI N° 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001 que Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
Neste século o Hospital Psiquiátrico São Pedro se tornou símbolo de hospício e de tempos em tempos surgem fortes rumores de que ira fechar; que foi reduzido o número de médicos residentes e muita mais coisas sem a devida fonte, coisas do tipo fofoca!!
Só que naquele CEP se encontra a Referência para 88 municípios da região metropolitana (aproximadamente cinco milhões de pessoas) em Saúde Mental. Que disponibiliza a população em geral estes Serviços :
- Unidade para dependência química;
- Unidades para pacientes agudos;- Centro Integrado de Atenção Psicossocial - Infância e Adolescência (CIAPS)
- Serviço de emergências psiquiátricas;- Unidade de observação;- Centro de Reabilitação;
- Ambulatório especializado em saúde mental, com programas de atendimento para as principais patologias mentais.
Como instituição de ensino, o São Pedro conta há 28 anos com uma Residência em Psiquiatra e uma Residência Multidisciplinar em Saúde Mental. Hoje, o Hospital tem em torno de 200 alunos de graduação e pós-graduação através de convênios de ensino e treinamento com as principais Universidades do Estado do Rio Grande do Sul. (http://www.saude.rs.gov.br/conteudo/638/?Hospital_Psiquiátrico_São_Pedro_%28HPSP)
Na segunda semana de fevereiro do corrente ano aconteceu o Seminário: São Pedro em Movimento, lá no HPSP mesmo, quando foi criado grupos de trabalhos para discutir e propor projetos para as várias áreas do hospital. Onde foi afirmado que haverá abertura para a sociedade e que haverá transformação inclusive com a possibilidade de hospital geral.
Atualmente o HPSP atende mais de 200 pessoas nas 5 unidades de pacientes agudos; aproximadamente 25 pacientes ocupam os leitos da unidade de dependência química a cada mês; o CIAPS-IA atende 20 crianças e adolescentes nesta unidade; estes são apenas alguns números das várias vidas que tem este CEP como sendo o seu único ponto de referência para toda uma existência.
Além da criação ou transformação do HPSP em um Hospital Geral proponho que la seja reunido o maior número de serviços de saúde estadual tornando aquele CEP em um endereço de referência em saúde mental e saúde coletiva otimizando toda aquela estrutura pre existente e assim afastando o fantasma de uma possível venda do terreno pra especulação imobiliária.
Hospício, manicômio, choque elétrico, segregação, preconceito ou qualquer outro modo que leve o ser humano a ser desrespeitado deve ser combatido e banido do convívio social, mas o transtorno e o sofrimento mental existem sendo necessários espaços de atenção especializados para atenderem, formar novos profissionais e novas tecnologias em saúde mental.
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