
Aos mais afoitos já vou avisando que não falarei sobre a vida sexual de nenhum dos nossos Presidentes.
Getulio Vargas, Gaúcho de São Borja, também teve o seu homem de confiança. Era tão de confiança que, segundo nos dizem, acabou matando-o em seu leito.
Collor de Melo teve um homem que marcou o seu desastrado, corrupto e curto mandato.
Este Homem se chamava Paulo Cezar Faria ou PC Farias, pros íntimos, sendo assassinado logo após a descoberta do caixa dois de campanha que o elegeu, dólares no Uruguai e todo aquilo que já sabemos, culminando na cassação do então Presidente Collor.
Já Itamar Franco, meu tocaio, teve como seu homem de peso o senhor Fernando Henrique Cardoso, seu Ministro da Fazenda, sociólogo, exilado político e formado pelas melhores universidades mundiais que logo após ter sucedido seu criador disse a celebre frase: “Esqueçam todo o que escrevi”.
Em 2009 é o ano do 15° aniversario da implementação do Real em vigor desde 1° de abril de 1994, ainda no governo de Itamar Franco.
Este ano, no mês de outubro, completa-se 15 anos em que Fernando Henrique Cardoso foi inquilino do Palácio do Planalto, estadia que durou até o ano de 2002.
Foi neste período que foi aplicado o mais terrível processo de desestatização/privatização jamais visto no Brasil que extirpou do Estado setores estratégicos da nossa economia.
Alem de não permitir ao Estado brasileiro usar os lucro advindos das empresas estatais, Fernando Henrique Cardoso “vendeu” estas empresas de forma, digamos, obscura.
Assim aconteceu com a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, Telebrás e Usiminas que até hoje essas transações estão repletas de indícios de abuso do poder e favorecimento a grupos privados.
E mesmo assim FHC, nos seus oito anos de mandato não sofreu qualquer tipo de investigação e muito menos alguma CPI fora instalada.
Para implementar seu projeto de classe que consiste em repassar todas as empresas estatais lucrativas ao capital privado, preferencialmente, internacional FHC se cercou de quadros com diferentes formações políticas e profissionais.
De um lado teve seus manda chuvas tucanos com experiência na burocracia estatal, como Sérgio Motta e José Serra; do outro lado, Sir Cardoso apresentou uma nova geração de financistas com origem acadêmica formados na PUC Carioca.
Com uma equipe com competência técnico-politica e amplo transito entre o público e o privado FHC partiu para o ataque fulminante contra os órgãos públicos. Desta equipe formaram-se dois grupos por afinidade ideológica e programática, os quais foram apelidados de desenvolvimentistas e monetaristas.
Os desenvolvimentistas queixam-se até hoje pela opção do governo pelas altas taxas de juros e pela falta de investimento público.
Como sempre o grupo vitorioso foram os monetaristas, liderados pelo Ministro da Fazenda, Pedro Malan, e pelos Presidentes que passaram pelo Banco Central-BC, Armínio Fraga, Francisco Lopes e Gustavo Franco, todos eles economistas de formação, hoje, otimamente colocados em altos postos no mercado financeiro.
Por conhecidência, este setor foi o grande beneficiado pela política econômica durante os anos de FHC.
Pedro Malan é o atual Presidente do Conselho Administrativo do UNIBANCO, instituição que recentemente foi comprada pelo Banco Itu.
Malan sempre foi figura carimbada no meio neoliberal e já no governo Collor foi indicado pelo então Ministro da Fazenda e banqueiro Marcílios Dias Moreira para representar o Brasil no Banco Mundial, em Washington e no governo de Itamar Franco assumiu o Banco Central do Brasil.
Armínio Fraga comandou o BC após ter se desligado do Soros Fund, de Wall Street, pertencente ao megainvestidor George Soros que atualmente controla a Gávea Investimentos, grupo que compra e vende (especula) ações de empresas como o McDonald’s.
André Lara Resende foi outro Bam-Bam monetarista no governo FHC apesar de ter tido uma breve passagem pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, em 1998, marcado pelo envolvimento na divulgação das denuncias do chamado “grampos do BNDES” juntamente como boa parte dos seus colegas monetaristas de governo.
Resende e o então Ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, foram grampeados de forma ilegal, onde revelava que ambos articulavam um favorecimento ao amigo e ex-sócio Pérsio Arida, acionista do Banco Opportunity.
Esta teia tramada pelos membros do governo FHC buscava fazer com que a Previ (Fundo de Previdência dos funcionários do BB) entrasse no leilão de forma a beneficiar o Grupo Opportunity de propriedade de Daniel Dantas, preso em 2008 durante a Operação Satiagraha da Policia Federal.
Devido a mais este escândalo Lara Resende e Mendonça de Barros só perderam seus cargos e nenhuma investigação mais profunda foi realizada.
Daniel Dantas conseguiu comprar parte do Sistema Telebrás, criando a Brasil Telecom que no ano passado acertou a fusão desta com a Oi.
Moral da história: Todos lucraram muito!!!! Desfazendo a máxima popular de que o “crime não compensa.”
MNS: itamarssantos13@hotmail.com