![]() |
Foto de Fabio Salvador |
A partir de um debate no Facebook o servidor da Companhia Estadual de Energia Elétrica reproduzo trechos do mesmo que proporciona um outro olhar de como é a realidade de cada dia de uma grande indústria pública que esta a serviço de todo um enorme contingente populacional.
Com a palavra Fábio Salvador: “Eu até quero dar uma dica: para o consumidor, a falta de luz é uma lâmpada apagando, um ar-condicionado desligando. Ele vê as coisas apagarem, depois vê religarem, e encara a espera como algo desnecessário, algo que a CEEE poderia resolver mais rápido se tivesse vontade. Se cada vez que tivéssemos uma falta de luz grande, um fotógrafo registrasse e jogasse na rede fotos assim, as pessoas na escuridão imaginariam os caras fazendo isso e pensar “pô, é difícil mesmo, tomara que consigam fazer rápido”, em vez de imaginar funcionários públicos caricatos, sentados dormindo enquanto o povo sofre.
Fica a dica.
Na verdade, eu poderia até adotar uma postura “burocrática” em relação a isso: quando tu compras um ar-condicionado ou uma TV maior, tu tens a preocupação de redeclarar tua carga instalada na CEEE para que atualizem o cadastro e refaçam o cálculo das necessidades do teu circuito? Se fazes, parabéns! Se não, estás entre os 99% dos clientes da Companhia...
Sobre aquele caso de faltar luz: nem mesmo a companhia de luz mais eficiente do mundo evitaria uma falta de luz ontem. Essa aqui ERA a placa que marcava o início do perímetro urbano de Águas Claras. E o vento levou. Aqui em casa, a chuva entrou de lado e literalmente atravessou até o meio da sala.
A verdade sobre a companhia é meio triste: quando o Britto vendeu dois terços da Companhia, os compradores saíram com redes bonitinhas, alinhadinhas, e sem dívida alguma. Todos os débitos e obrigações ficaram com a parte que permaneceu estatal. A empresa foi deixada em estado falimentar, para ser vendida em mais uma transação mal explicada ali adiante. Como um carro velho que vai pro desmanche, sabe?
Isso não ocorreu.
A CEEE sobreviveu, mas sem capacidade de investir nada nas redes. E assim ficou por 16 anos. A rede foi apodrecendo, sem haver condições de trocar. E os governos, sucessivos, só dilapidando a empresa. Agora, temos essas verba do CRC, que está sendo investida toda em redes, as obras só não andam mais rápido porque não existe mesmo gente qualificada para fazer tudo ao mesmo tempo. E quando digo “não existe”, não é na CEEE, é no mercado. Mas quando as obras chegarem ao seu objetivo final, agora pelo fim de 2014 ou talvez início de 2015, todo mundo vai sentir a diferença.
Aliás, já se está sentindo: lugares historicamente problemáticos já foram arrumados, como parte da Estalagem, parte da Cecília, e outros bairros.
Águas Claras ganhou um alimentador novo, com postes de concreto na área em que eles mais quebravam, e espaçadores onde o matagal fazia os fios se grudarem. Ainda falta muito. Mas finalmente estamos conseguindo fazer alguma coisa. Isso se, claro, algum governador futuro não resolver solapar a empresa de novo. Coisa que não duvido, porque o povo vota muito mal.
No Centro de Viamão é exatamente igual a Águas Claras, Santa Isabel, ou Pinhal - duas décadas de falta de investimento, por pura tentativa de assassinato da empresa por parte de quase todos os governos. E igualmente ficará bom com as obras a serem feitas, se conseguirmos levá-las até o final sem a politicagem nos dar outra rasteira.
E o ataque à empresa é algo sistemático: a AESSul sofre quedas iguais, há regiões 220v onde a tensão nunca passada 190v, - mas a grande imprensa só acha espaço para bater na CEEE. Porque o interesse é sucatear e vender sendo que este interesse de é da imprensa, não confundir com o governo atual, que até parece interessado em nos dar um respiro”.
itamarssantos13@yahoo.com.br
itamarssantos13@twitter.com