As disputas teóricas e as praticas em
relação ao valor do trabalho estão na pauta do dia desde a descoberta do fogo.
Teóricos como Karl Marx permanecem
atuais em suas teses alimentando as mentes que creem em conquistar um mundo
onde à humanidade viva sob regimes onde a solidariedade e a partilha sejam
sinônimos de igualdade e justiça.
O Brasil vive a partir de 1979 (século
XX) suas conquistas democráticas fruto de muita luta social contra uma ditadura
militar patrocinada pelo grande capital civil nacional e internacional que foi
reconhecida com a aprovação da Lei de Anistia permitindo o retorno ao país
(entre vários; Leonel Brizola e Dilma
Rousseff) de centenas de brasileiras e brasileiros, exilados por serem
contrários ao sistema que predominou por 20 anos.
Mesmo com o avanço da democracia
brasileira e consequente oxigenação nos governos da Republica não foram o
bastante para romper com o poder econômico vigente no Brasil e no mundo contemporâneo
que permanece ditando as formas de produção e de consumo.
É sobre este cenário que nos
encontramos como País, Governo e Sociedade onde a remuneração do nosso trabalho
fica abaixo dos produtos que temos que consumir por necessidade, nos tornando
escravos.
Atualmente os produtos fabricados
pelos metalúrgicos valem mais que o seu salario, por exemplo. Vamos a uma loja
e compramos uma geladeira pagando quatro mil reais, ou seja, duas vezes mais
que o salario mensal de um metalúrgico.
Uma cirurgia de cataratas custa em uma
clinica renomada, em media R$ 600,00, valor bruto pago ao oftalmologista que
estudou por muitos anos para ser responsável pela vida de seus pacientes pelo
resto de sua vida.
Estes dois exemplos servem para
visualizarmos como são tão contraditórias as relações de trabalho na sociedade
em que vivemos.
Tanto o metalúrgico como o
oftalmologista são importantes para a sobrevivência da humanidade e minha
preocupação não esta pautada na competição de importância entre um e outro
profissional, mas no lucro gerado pelo fruto de seu trabalho.
Ao longo da existência a humanidade
foi educada perversamente para ter lucro com aquilo que produz, mas durante a
sua evolução uns tiveram mais oportunidades do que os outros e a partir disso
obtiveram mais dinheiro e para manter este dinheiro criaram as armas manter os
benefícios desta “evolução”.
Foi assim que se convencionou dividir
a sociedade em “classes sociais” e atualmente a importância das pessoas são
medidas pela quantidade de acumulo de bens (dinheiro) que possuem. Assim um médico
por ter uma função mais rendável adquire mais dinheiro que um metalúrgico que
embora seja tão necessário como o médico e recebe muito menos dinheiro.
A discussão a ser mantida não esta em
qual a profissão ou função social é mais importante, mas esta no lucro que é
gerado a partir das profissões e da compreensão que possuímos como sociedade
sobre as necessidades de cada um de nós perante a esta mesma sociedade.
Após as manifestações populares
ocorridas em junho-2013 estamos presenciando a discussão sobre a falta de médicos
para trabalharem no SUS nas cidades do interior do Brasil.
De um lado o Governo
da Presidenta Dilma e do PT que propõe como alternativa um salario de R$
10.000,00 inicial, dois anos de estagio remunerado e obrigatório para os
médicos recém-formados nas universidades publicas ou em caso de falta destes
profissionais a abertura para a vinda de médicos estrangeiros.
De outro lado estão as entidades de
classe e os políticos opositores esbravejando contra tal iniciativa. O SIMERS
(Sindicato Médico do RS) propõe um salario inicial igual aos dos Juízes em
inicio de carreira e a criação de uma “carreira de estado” para os médicos.
O bom debate esta na ordem do dia. A
proposta do SIMERS é carregada de corporativismo, mas oportuniza que seja
estabelecido no BRASIL, o que antes sempre foi reivindicado pelo sindicalismo e
nunca escutado pelo patrão e tão pouco pelo conjunto social.
Esta na hora da sociedade brasileira
se escutar para assumir o seu papel frente às causas essenciais para a sua
sobrevivência enquanto raça, sendo entre tantas outras, quanto vale o seu
trabalho???
Entre aqueles que são assalariados,
exceto os donos do capital\patrão, os maiores salários encontram-se no Poder
Judiciário.
Nos últimos dez anos o governo federal vem tentando estabelecer o
teto máximo salarial tendo como teto os salários atribuídos aos magistrados do
Poder Judiciário o que os mesmos Juízes por inúmeras vezes sentenciaram a
“inconstitucionalidade” de tal intenção.
Que os salários dos médicos sejam os
R$ 26.000,00 reais reivindicados pelo SIMERS desde que os vencimentos de todos
os trabalhadores em saúde sejam nivelados por sua formação acadêmica, ou seja,
que todos aqueles que tenham nível superior seja remunerado como os médicos.
A partir desta formula de remuneração
poderemos estabelecer salários justos tendo como parâmetro o nível educacional
de cada trabalhador estabelecendo entre as faixas salariais, no máximo, 30% a
diferença entre estes níveis.
Com a adoção desta forma de
remunerações estaremos construindo uma sociedade mais justa e com igualdade
social.