
Todo ser humano detém o poder de decisão, o discernimento entre o que lhe serve e aquilo que não lhe serve.
Este “poder” recebemos ao nascer quando o instinto de sobrevivência faz com que o bebe chore quando esta como fome ou quando vez cáca nas fraldas.
Paralelamente ao crescimento o corpo deste bebe vai se transformando e recebendo influências orgânicas (naturais) assim como do meio (externas) em que vive, família, escola, amigos e da propaganda, ou seja, o seu “poder de escolha” sofre destas influências que afetam a sua moral e a sua ética, conceitos igualmente subjetivos.
A conjuntura social atual nos oprime na maioria das vezes a fazer coisas que éticamente ou moralmente não faríamos, mas o senso comum nos diz que tudo é bom ou normal...
Com a afirmação democrática no Brasil temos e vivemos uma tsunami de propostas e opiniões que estão carregadas de contradições e de difícil tomada de decisão para aqueles que tem entre seus princípios o respeito a vida em relação a morte.
Ai pode estar o primeiro grande debate contraditório.
Há aqueles que veem produtividade na mendicância ou na loucura abominando a proteção estatal para esta pessoas, mas há aqueles que manteriam estas pessoas excluídas do convívio social pois avaliam serem “corpos inúteis” que não geram lucro ao sistema capitalista vigente.
Temas de grande importância social como o aborto voluntário, descriminalização do uso de drogas, mudança de sexo, eutanásia ou a legalização da prostituição estão em debate nas instancia democráticas que tem o poder delegado pelo povo para tomarem decisões e se algum de nós, reles mortais tivermos o interesse de opinar sobre estes temas temos que ficar atentos ou os deputados, pastores, padres ou algum guru vão decidir por nós.
O Deputado Federal do Psol , Jean Willys, do Rio de Janeiro é autor do PL Gabriela Leite (Projeto de Lei (PL) 4.211/2012) que regulamenta a Profissão da Prostituição onde afirma :
“Eu defendo que todos e todas nós sejamos donos do nosso próprio corpo e, pelo mesmo motivo que sou a favor do direito das mulheres a decidir sobre a interrupção voluntária da gravidez, sou contra a criminalização dos usuários de drogas atualmente ilegais, sou a favor do direito das pessoas trans a fazerem cirurgias de transgenitalização e/ou tratamentos hormonais (se assim o desejarem!) e a ter seu nome e sua identidade reconhecida (independentemente do que façam com o corpo), sou a favor da morte digna e da autodeterminação sobre o fim da própria vida; também considero que toda pessoa adulta e capaz tem direito a decidir livremente se quer exercer a prostituição”.
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/cut-as-prostitutas-tambem-sao-mulheres-trabalhadoras-5575.html
O contraponto a este projeto vem do movimento sindical aqui representado pela Central Única dos Trabalhadores onde as mulheres sindicalistas afirmam:
“O Coletivo Nacional de Mulheres da CUT discutiu na terça-feira 3, em São Paulo, a regulamentação da prostituição e, para a maior parte das dirigentes, a medida favorece apenas quem lucra com o corpo das mulheres*.
Elas debateram o Projeto de Lei (PL) 4.211/2012, do deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), que descriminaliza a exploração da atividade por casas noturnas e figuras como o cafetão”.
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/mulheres-da-cut-sao-contra-regulamentacao-da-prostituicao-2612.html
Outra opinião sobre este tema esta no artigo “Prostituição: a falácia patriarcal do direito de escolha... A suposta revolução sexual e crescente liberação e avanço do capitalismo democrático liberal apenas agravou o problema da prostituição. Legaliza-se a tirania do desejo...” (http://hysterocracya.blogspot.com.br/2007/04/prostituio-falcia-patriarcal-do-direito.html )
Em relação ao conteúdo Pl do deputado Jean Willys, este deixa sem regras varias questões legalistas quanto a defesa dos direitos das Trabalhadoras e trabalhadores do sexo, segundo ele, que em caso de aprovação deveriam serem melhor regrados.
Mas quanto ao debate avalio que todos estes temas devem ser muito mais debatidos aprofundando-se seus prós e contras em toda a comunidade social para que não venham a se cometer legalizações ou liberações que não passam de mais exploração ou aprisionamentos a fim de atender as pressões do poderio econômico.
Muitas são as perguntas que me faço. A que ponto uma pessoa capaz opta por viver na rua sobrevivendo de restos de comida encontradas na lata de lixo?
Onde há produtividade viver embriagado por qualquer tipo de droga por dias e dias?
Até quando eu posso deixar uma pessoa morrer só porque ela assim quer?
Quem ou o que me garante que esta pessoa esta capaz de tomar esta ou aquela decisão tendo e sofrendo todo tipo de influência ocasionada pela atual conjuntura social?
Antes que me acusem de estar dizendo que somos um bando de incapazes, não é isto e sim que nossas decisões são motivadas pelo meio em que vivemos.
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