Bom dia a tod@s!
Como esta crônica RECRIAR VIAMÃO ainda vai demorar algumas semanas
para ser impresso, tomo a liberdade de enviá-la já hoje pra vocês.
Provavelmente vai provocar contestações........ loucura total.... nem
daqui mil anos vai acontecer esse encontro....etc...
É este o objetivo: discutir um tema polêmico.
Sem discutir a fundo este tema da RELIGIÃO E POLÍTICA não vai adiantar
muito publicá-lo num livrinho que o Sr. Clauveci do JORNAL DE ARTES
vai editar.
Pelo menos eu não tenho nenhuma ilusão de provocar uma "revolução" em
Viamão, sem DEBATES em escolas, igrejas, entidades....em tudo que é
lugar.
Certamente a maioria de vocês não usa a palavra REVOLUÇÃO....., mas,
se deixarem falar aquela voz interior, TODOS NÓS queremos mudanças
radicais.
PARA VIVERMOS EM PAZ COM QUALIDADE DE VIDA PARA TODOS E TODAS!
Recebam tod@s um grande abraço - concordando, ou não, - do
amigo
DIRK
P.S.
FAVOR LER COM CALMA.......... SEM PRESSA!!!!!!!!
RECRIAR VIAMÃO.
• No ano em que a cidade completa 270 anos de riquíssima história parece loucura falar na necessidade urgente de recriar Viamão.
Mas eu tenho a ousadia de dizer em alto e bom som que é bem o contrário. Para valorizar a sua história e salvar a sua riqueza natural temos que repensar, reinventar e recriar dois eixos fundamentais da vida viamonense.
As vigas vitais de uma sociedade em busca da harmonia são a Política e a Religião que infelizmente estão separadas demais e têm causado muita polêmica, sem rumo.
• Há mil e uma idéias para rejuvenescer e recriar Viamão, mas elas
andam soltas e perdidas demais. Deve ser organizada uma campanha - não
partidarizada, nem assumida por uma instituição religiosa - capaz de
integrar e unir o que hoje é motivo para desagregar e separar. É
sonhar demais? É sonhar, sim. Nunca é demais. São justamente os
idealistas e os sonhadores que puxam o desenvolvimento sadio de uma
cidade. Sem este sonho e sem uma forte utopia Viamão será reduzido
rapidamente a um belo monumento histórico, porém, sem a vibração
dinâmica para espiralar rumo à Vida e atingir a todas as criaturas,
não só as humanas.
• Cada frase deste texto só é inteligível, quando lida com um holofote
potente capaz de apagar qualquer preconceito e assim aumentar a
vontade de mudar de opinião, quando estiver realmente convencido. O
que vale também para o próprio quem escreve estas palavras. Estou
enfocando essas duas áreas juntas - Política e Religião - onde observo
muitas cenas marcadas por falsidade e hipocrisia. Pergunto-me
seriamente: a Política que não pode melhorar a essência da minha vida
pessoal serve para que?
E para que serve a Religião se não contribui para toda a sociedade civil mudar para melhor?
• Algo de impacto deverá acontecer nos próximos anos para salvar a
rica diversificação cultural de Viamão. A Política e a Religião são
como dois grandes mosaicos, ainda distantes um do outro. A ponte entre
elas existe só na imaginação, mas sem sangue vivo. Está faltando em
cada vez mais pessoas uma paixão espiritualizada que circula nas veias
quentes de uma ideologia popular. Olhando bem de perto, esses dois
quadros multicoloridos estão cheios de falhas e furos. Muitas
pedrinhas preciosas, cada uma com o seu brilho próprio, estão se
descolando. Ao abrir mais os olhos, vejo muitos desses cristais
criarem vida. Quando se põem em movimento, tanto em ruas asfaltadas,
como em avenidas esburacadas, de repente transformam-se em soldados
armados. Muitos dão até a impressão de ter como única missão derrotar
os outros com fardas de cores diferentes.
• Onde está a causa desta animosidade secular e deste clima de
quase-guerra permanente? Cada um faz a sua leitura. Os mais
conscientizados dirão que todos nós - a tal elite e o tal povão -
somos responsáveis. É óbvio que essa realidade, tão avessa à
verdadeira paz e justiça social e a uma harmonia em nível superior,
não se muda por voto e menos ainda por decreto. Não sei qual das duas
posturas é a mais prejudicial à cidade: - a despolitização em recintos
sagrados de culto e oração - com ou sem incenso a imagens - ou a
desespiritualização em casas, onde políticos profissionais costumam
ser endeusados e endemonizados, de forma alternada.
• Como reverter este quadro despolitizado e desespiritualizado, ou,
bem no fundo, desamorizado e mercantilizado demais? Não há outra saída
a não ser uma decisão corajosa de um número cada vez maior de cidadãos
e cidadãs lúcidas que não abraçam, de jeito nenhum, a luta como
soldados que têm como única incumbência derrubar os “outros” que são
rotulados, sem mais, como adversários. Só pessoas com muita vontade de
se libertar de qualquer preconceito vão poder desencadear este
processo de denúncias e críticas que deve incluir necessariamente
anúncios esperançosos.
• Num clima de compreensão e tolerância - ou seja, de uma paciência,
exercida com muita indignação por causa da grande desordem que nos
rodeia e até com muita “impaciência amorosa” em certas horas - é
possível caminhar em direção a horizontes mais promissores.
Viamão poderia, teoricamente, até dar uma aula de cidadania plena ao mundo,
desde que todas as organizações, civis e religiosas, admitirem a
necessidade de se politizarem e se espiritualizarem num processo de
intercâmbio de idéias e de mudança permanente.
Assim há de surgir, nos próximos decênios, uma cidade onde o primeiro objetivo da maioria do
“povo-com-opinião-própria” formará uma harmonia não fictícia,
primeiramente no seu interior pessoal, para que a sua postura nova
possa contagiar toda a comunidade onde vive.
Ao RECRIAR VIAMÃO de peito aberto, há de nascer uma paz libertadora! É bom começarmos
imediatamente a construção de uma ponte bem larga, multidimensional, e
com “arcadas-gigantescas-de-muita-boa-vontade” para unir a área
política à área espiritual.
Nada de ponte pênsil frágil. Deve ser uma ponte em cima dos altos pilares da honestidade e da ética –
naturalmente, sem barroquismos que podem enganar o vivente.
Neste mundo de tsunamis e enchentes de desamor e disputas desumanas, os
alicerces da confiança mútua e do amor à verdade devem ser lançados,
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Dirk é ativista social e nove decadas de existencia ainda luta pelo bem comum. Ele aparece de costas ao lado de sua fiel escudeira, Ester Hesseling. |
Dirk Hesseling
Relações Públicas