
Em que democracia vivemos?
Nossa democracia não é plena, pois sobrevivemos aprisionados entre duas grandes ditaduras, no mínimo.
A ditadura financeira e a ditadura do pensamento único; a ditadura financeira todos nós sabemos como funciona: se não tivermos dinheiro, não sobrevivemos e para termos dinheiro teremos que estar empregados e para estarmos empregados dependemos do patrão que tem um Único Pensamento: o lucro.
Ao menor indicativo de diminuição desse lucro, o patrão não hesitara em demitir-nos.
Mais uma vez, neste 18 de fevereiro de 2009, tivemos o desprazer de ver estampado no jornais escritos e falados outra demonstração explicita da aplicação do Pensamento Único em nosso pago e infelizmente através de quem deveria estar na defesa daqueles que por sua condição social vive a ditadura da pobreza.
É o MP através do Procurador Gilberto Thums, que a partir de uma decisão ideológica onde só se vê como “democrático” as práticas atuais, ou seja, as praticas capitalistas e por isso determina o fechamento das Escolas Itinerantes do MST.
O caro promotor arauto da democracia, não leva em consideração que por vivermos em um país dito democrático, podemos optar por lutar, pensar e agir de forma dissonante da sua e da sua classe social, porque não dizer contraria a sua forma de pensar e agir.
Desde 2007 o nobre procurador declara o MST como ilegal numa clara investida classista e ideológica impositiva de um único pensamento.
Segundo os seus pronunciamentos toda a população estaria fadada a pensar unicamente conforme os “valores capitalistas” que diariamente são despejados indiscriminadamente pelas redes de mídias socializadas naturalmente sem a observância do dito promotor e pelo próprio MP.
Estamos vivendo em um Estado de Exceção dos tempos obscuros da Ditadura Militar só que em pleno Estado Democrático que se utiliza de um de seus instrumentos para proibir pensamentos outros; antagônicos ao status quo que quer nos impor o seu Pensamento Único com se este fosse amplamente democrático.
Ao proibir o funcionamento das Escolas Itinerantes do MST o Promotor Gilberto Thums, o qual deve ser herdeiro daqueles que num passado não tão distante perseguiam lutadores sociais por que pensavam diferente do ditador de plantão, está proibindo as crianças destes assentamentos de aprenderem a partir de outra visão de sociedade. Que por ser diferente da dele não deve ser perseguida e muito menos sofrer preconceito de juízo de valor.
Ou o caro promotor vive ou quer que vivamos em um Estado de Exceção onde pensar diferente ou ser socialista e comunista é crime e por isso deve ser excluído e perseguido. Um autêntico democrata convive com a diferença e, portanto a experiência vivida nos assentamentos de reforma agrária vem a cada dia aprofundar a nossa democracia tão sonhada e que sabe um dia teremos terra, escola, saúde e trabalho para todos.
Alienados são aqueles que não questionam nada, que tudo e todos são do bem e só o bem querem para a sociedade, mas a alienação preconizada pelo caro causídico não se encontra nos banco escolares do MST e sim nas salas de aulas com ar refrigerado onde se aprende os princípios capitalistas de como ganhar dinheiro seguindo a “Lei de Gerson”.
Ou ainda aqueles que hipnotizados pelas falsas propagandas veiculadas pela mídia consumista ao não ver atendido seus sonhos são empurrados ao crime e a violência.
Ou o Promotor quer proibir o MST e todos aqueles que pensam em ter um dia uma sociedade mais fraterno-igualitária que pode ser sim chamada de sociedade socialista rotulando-nos de terroristas-subvercivos.
A rotulagem de radical já o fizeram para pejorativamente nos identificar, mas se esqueceram, como sempre, de se auto avaliarem como sendo sectários os quais defendem com unhas e dentes o Pensamento Único, o seu.
MNS: itamarssantos13@hotmail.com