A juventude é uma das melhores fases de nossas vidas, já falamos sobre isso por essas páginas. Mas também é a fase em somos mais alienados sobre os problemas que ocorrem na sociedade em que vivemos, deve ser porque nossos objetivos sejam, naquele momento, mais direcionados a assaração da gatinha de pele morena, para os guris, ou daquele gato da casa da esquina, para as gurias.
Dizem os entendidos na matéria que “a juventude é o futuro do Brasil”, pois é, entendo que não é bem assim: a juventude será os futuros adultos sim, portanto, ela é também o presente, se pensarmos assim termos um país de alienados ou pessoas sem limites e sem valores. Será que os adultos de hoje não foram jovens alienados e sem compromisso no passado?
Essa alienação toda atrapalha a formação do futuro adulto, são poucos os jovens que na minha juventude e na atual se interessavam em participar da vida mais ativa do seu meio social e o movimento estudantil foi para mim como para muitos jovens de hoje a oportunidade de se abrir para atuação política. As décadas de 70 e 80 foram os anos em que os estudantes mais atuaram através de passeatas, na luta pelas “Diretas já!!”, eu e meus colegas de “Julinho” realizamos uma greve para manter a porta da escola aberta durante todo o período, tamanha era a politização da gurizada.
Dia 11 de agosto, próximo, será comemorado o Dia do Estudante e os 70 anos da UNE, e os estudantes de Viamão estarão em praça pública marcando essa data no dia 10 no centro da cidade.
Nos anos 90 os estudantes do Brasil foram às ruas de cara pintadas e derrubaram o Presidente da Republica, agora em 2007, no século XXI, os estudantes ocuparam por mais de 40 dias a reitoria e os prédios da universidade de São Paulo-USP contrários aos decretos do tucano Jose Serra que pretendia acabar com a autonomia e com o financiamento da universidade. Nessa ação ressurge no cenário nacional, mais uma vez o Movimento Estudantil pipocando por todas as universidades paulistas e se espraiando por todo o país, em especial na nossa UFRGS numa bela atuação na defesa da instituição das cotas social e raciais naquele centro de conhecimento.
O Movimento Estudantil se viu encurralado devido à sistemática recusa de serem ouvidas as suas reivindicações, sobretudo, daqueles de baixa renda e as suas necessidades de moradia e bolsas para custear os seus estudos e o único modo de enfrentamento foi ir ao extremo de ocupar as universidades paulistas.
A maioria desses estudantes é de origem humilde que estão lutando para a ampliação de vagas, criação de novos cursos noturnos para que mais jovens tenham a chance de ingressar, por mérito, nas universidades públicas. Eles (as) são desempregados, filho de desempregados, em fim, pobres ou em processo de empobrecimento que estão dentro e fora das faculdades lutando contra os efeitos nocivos e subservientes do capital estrangeiro, a precarização do trabalho via reforma trabalhista e previdenciária e contra a reforma universitária.
A luta do Movimento Estudantil é forjada na rebeldia que ameaça, sim, porque traz para a vida real a verdadeira dimensão da cruel e tão negada luta de classes em vivemos.
Encerro com uma frase de Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE em 1970, que em 10 de outubro de 1973 foi preso pelo regime militar e nunca mais apareceu: “Sempre podem nos prender, podem nos bater, mas quando voltarmos seremos milhões”.
Viva o Movimento Estudantil!!!
Por uma classe trabalhadora unida!!!
ver.itamarsantos@terra.com.br
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quinta-feira, 2 de agosto de 2007
A Juventude e o Movimento Estudantil.
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