O cinismo midiático insiste em propagandear de que tudo aquilo vindo da iniciativa privada é o melhor e se for importado, fica melhor ainda.
Por duas oportunidades presenciei e participei diretamente dos dois atendimentos e pude comprovar que o SUS remunera muito para o mau serviço prestado aos usuários disponibilizados pelos prestadores de serviços. No outro extremo a recíproca também é verdadeira, com um agravante: o usuário paga muito bem para as empresas que vendem saúde, estas pagam mal os prestadores de serviços (hospitais) e estes atendem muito mal a nós, os usuários, sem contar que a remuneração dos profissionais é baixíssima e em certos hospitais são obrigados a atender no SUS e no privado.
Estive na sexta-feira, 06 de junho, p.p, no Hospital da PUC, acompanhando um bebe de aproximadamente um mês de idade, juntamente de sua mãe de 17 anos, ambos abrigados em um dos abrigos da FPERGS (antiga FEBEM), onde trabalho como monitor. O bebe estava com problemas respiratórios e por estar em estado grave teve que ficar hospitalizado.
Eram aproximadamente 19h30min min quando chegamos à emergência do SUS, imediatamente o bebe foi atendido no setor de enfermagem onde foi prescrito pela única médica que estava de plantão naquela noite, nebolizar de hora em hora devido o menininho estar com broqueolite. Permanecemos por mais de duas horas ali, até que a dita médica conseguisse fazer um exame mais detalhado no bebe e solicitasse um raio x do pulmão. Ao retornar-mos a emergência a única médica do setor informo-nos que o pequenino paciente teria que ficar hospitalizado na enfermaria, uma sala junto da emergência com mais 12 crianças de zero até 06 anos de idade tão doentes ou mais do que o bebezinho.
Indaguei para a médica e para as 03 técnicas em enfermagem que se revezava em atender as crianças já internadas e aquelas que chegavam urgência/ emergência: quantas crianças elas atendiam por plantão de 12 horas? Informaram-me que no inferno eram atendidas entre 70 e 100 crianças por plantão. Os valores reembolsados pelo SUS todo mundo já sabe que é uma vergonha, a começar pelos R$ 2,55 referentes à consulta medica o qual não é reajustado a mais de 15 anos.
Mas, o bebe foi atendido e salvo apesar do estado deplorável do local onde ficaram baixados, em uma enfermaria que se espremiam os 13 berços com os bebes, 13 cadeiras onde eu e as outras 12 mães extenuadas de sonho cochilávamos entre um choro e outro.
Mas, desrespeito maior aconteceu como minha esposa na emergência de convênios do Hospital de Viamão, em 23 p.p, quando ingressou naquele serviço onde permaneceu por aproximadamente 08 horas com suspeita de vesícula saturada. Somente na espera da ecografia deixaram-na esperando por mais de 02 horas sendo que o custo de um exame destes vale mais de R$ 80,00 e a mensalidade paga para uma pessoa com mais de quarenta anos de idade custa em torno de R$ 220,00, valores estes muitas vezes mais elevado do que os pagos pelo SUS.
A igualdade nos dois atendimentos se dá no mesmo tratamento dado aos profissionais da saúde publica, pois tanto no publico como no privado só tinha um médico para fazer todos os atendimentos, chegando ao absurdo de ter somente um médico cirurgião para atender o SUS e os convênios, ou seja, só tinha um médico cirurgião no hospital de Viamão neste dia.
Mais uma vez afirmo que, também o setor privado trata mal os seus usuários e os seus trabalhadores.E é de extrema urgência que a tabela de procedimentos do SUS seja reajustada a preços honestos e os ditos hospitais filantrópicos fiscalizados.
ver.itamarsantos@terra.com.br
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terça-feira, 31 de julho de 2007
Entre o Público do SUS e o privado dos Planos de Saúde.
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